domingo, 19 de setembro de 2010

Enquanto (I)

E ao mesmo tempo,a impressão, um pouco inconseqüente,como de um sonho formado sobre realidades mistas. De me ter deixado, a mim, num banco de carro elétrico. Para ser encontrada pelo acaso de quem se lhe ir sentar em cima.
E,ao mesmo tempo, a impressão, um pouco longínqua,como de um sonho que se quer lembrar na penumbra a que se acorda. De haver melhor em mim do que eu. De te lembrar sorrindo nos meus braços de punhos finos,te fazer nascer em mim sem qualquer preço de distância.
Sim, ao mesmo tempo, a impressão, um pouco dolorosa,como de acordar sem o instante do meu passado,da minha saudade tão inbutida quanto o teu silêncio que só arrasta... leva pra longe,enumera teus encantos pra outras,te recria para que eu sonhe outra versão tua e amanhã já te faça viver em mim novamente.
Baste! É a impressão um tanto ou quanto metafísica. Ao mesmo tempo,uma impressão,um pouco retilínea e quase nada abstrata,da minha maneira de chorar tua saudade. E eu sentaria em teu colo,brincaria com a tua estatura tão maior que a minha,e choraria pela última vez quando tua voz me banhasse de prazer ao ouvir : "Ah,garota..." .