sexta-feira, 18 de junho de 2010

Sou a audácia que me persegue, cárcere de mim mesmo. A cabeça é uma ilha e coração o porto. Sempre um porto por perto, falou. E anoiteça o que anoitecer: o amor como audácia. Eu estou sempre bem,eu disse enquanto partia com a cabeça austera, rumo ao próximo golpe de ar que nocautearia a razão. Pôs naquele instante a solidão à frente e transbordei a dor, chegou ao chão impecável. Dizem alguns que um dia escreveu no seu próprio corpo: "hey, fique jovem, jovem para sempre e invencível, você sabe quem somos e o do que somos capaz, anoiteça o que anoitecer".


ela deixou tudo pra trás e seus sonhos encheram o céu
tudo vai ficar bem, o amor não é um crime

como um motor remoendo pecados
sempre relembrando o que ele disse
-te alcançar em mim,á mim,entre nós -
como aquela canção que seu pai te cantava
que parece que tu nunca vai esquecer

ela deixou tudo pra trás, e seus sonhos encheram o céu
tudo vai ficar bem, o amor não é um crime

pegue um ônibus, ele está te chamando
tente mudar a cor do teu cabelo
encontre seu caminho na via láctea
você sabe que vai encontrar teu lugar lá fora
-talvez o amor tenha seu próprio tempo-

No final das contas, somos todos sobreviventes de nós mesmos
Lá nas prisões do finito, ousar ser eterno: amor como atalho e labirinto
Mas se você não está morto, sonhará porto por perto
Anoiteça o que anoitecer, coração aberto

ela deixou tudo pra trás, e seus sonhos encheram o céu
tudo vai ficar bem, o amor não é um crime

o amor não é um crime.